É o procedimento de origem invasiva ou não que pode suportar ou substituir temporariamente a função ventilatória de forma total ou parcial.
A intubação visa manter a mecânica ventilatória do paciente e deve ser o mais breve possível tentando não ultrapassar o período de 21 dias.
A Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) é indicada em casos de hipoventilação e apnéia, insuficiência respiratória, ressucitação de falência respiratória, perda da integridade mecânica do aparelho respiratório, profilaxia, redução do trabalho respiratório e assistência respiratória para as trocas gasosas.
A VMI pode implicar em algumas complicações, dentre as quais destacam-se a P.A.V., lesões de VsAs, fraqueza muscular e aumento do índice de morbidade.
O Desmame é um processo transitório entre o suporte mecânico e a respiração espontânea em pacientes com VMI por mais de 24 hs. Esse processo pode ser abrupto, o que é relativamente comum em situações em que a retirada gradual não se faz necessária (24Hs pós intubação).
O sucesso do desmame depende da natureza do evento desc
ompensatório, do estado cardiorrespiratório básico do paciente, sendo descrito como habilidade de manter uma ventilação espontânea por no mínimo 24 horas após o desmame.
Sabe-se que
- 42% tempo de VM é despendido para o desmame
- 20% dos pacientes necessitam de um processo gradual
- 15% são reintubados
- Pacientes com extubação precoce aumentam a incidência de pneumonia nosocomial, mortabilade, tempo de internação e custos
- Pacientes reintubados aumentam em 7 vezes a m
ortalidade hospitalar.
Para sabermos se o paciente esta preparado para evoluir para o desmame devemos prestar atenção aos seguintes detalhes:
- Diminuição da sedação
- Estabilização do quadro clínico
- Resolução do evento que o colocou em VM
- Presença de estímulo respiratório
- Equilíbrio hemodinâmico
- Hemoglobina adequada
- Correção do balanço hídrico
- Sem intervenção cirúrgica próxima
- Afebril
- Nível de consciência adequado
Para o sucesso do desmame precisamos prestar atenção em alguns preditivos, tais como ventilometria, manovacuometria, Spo2, padrão ventilatório, estabilidade hemodinâmica e nível de consciência.
Podemos realiza o desmame de forma abrupta, com auxílio do tubo T, com pressão de suporte ou com auxílio do CPAP. Cada uma delas tem suas particularidades, por exemplo:
- Abrupto ou Fast Track
Usado em pctes com pouco tempo de VM
Estáveis
Sem complicações pulmonares
Com baixa dependência de suporte
Pcte em AYRE ou em CPAP – 30 mim
Extuba
- Tubo T
Conectado a prótese ventilatória e ao O2
Mantida por 30 – 120 minutos
Extubação (observação 24hs)
- Falha...
Desconforto respiratório
Agitação
Alteração hemodinâmica (FC > 120, PAS > 180 mmHg, PAD < 70mmHG, 20%)
Aguardar 24hs para nova tentativa
Pressão de Suporte (PS)
Associada a PEEP
Redução gradual até 7cmH2O
Estabilidade por 30 minutos
Extubação (observação 24hs)
- CPAP
Visa melhora da CRF e da PaO2
Reduz shunt pulmonar
- Consideramos que houve falha no desmame quando o paciente
apresentar quadro de
Desconforto respiratório
Agitação
Alteração hemodinâmica (FC > 120, PAS > 180 mmHg, PAD < 70mmHG, 20%
Em caso de falha, devemos aguardar 24hs para nova tentativa.
- Extubação
Retirada da via aérea artificial
Cuidados:
Gasometria satisfatória
Jejum (reflexo de deglutição)
Informar o pcte do procedimento
MHB
Posicionamento
AsVa’s
Instala O2
Retira as fixações
Desinsufla o cuff
Solicita inspiração ao pcte
Retira o tubo
Solicita tosse
Auscultar
Monitorar sinais vitais
Sinais como fadiga muscular, instabilidade cardivascular e reintubação são indícios de que o desmame não teve sucesso.
Pacientes que estão em VMI por mais de 2 ou 3 semanas, ou seja, ventilação prologada podem ter um desmame difícil, bem como os DPOC´s graves, portadores de doenças neuromusculares ou com disfunção de múltiplos órgãos.
Por isso é muito importante a existência de um protocolo de desmame nas UTI´s.
De acordo com Kollef MH, et al. Critic Med 1997; Gregory, 2000; Deivid, 2001; Marelich, 2000:
“Estudos aleatorizados e controlados mostram que a implementação de um protocolo de desmame, independente do modo ventilatório empregado, guiado por fisioterapeutas e enfermagem efetivamente reduz o tempo de ventilação mecânica (evidência grau A).”