domingo, 26 de agosto de 2012

Coluna


Uma grande parcela da população nos dias de hoje, convive com dores nas costas. A Organização Mundial de Saúde estima que aproximadamente 80% dos adultos sofrerão pelo menos uma crise aguda durante sua vida, e que 90% dessas pessoas apresentarão mais de um episódio.

É comum ouvir as pessoas dizendo que sua coluna está travada, ou seja, existem limitações para abaixar e pegar algum objeto, dificul



dade para subir escadas, sentar-se, entre outras atividades corriqueiras do dia a dia. É até óbvio dizer que esse cenário é resultante de má postura, sedentarismo, posições incorretas no ambiente de trabalho, durante os afazeres domésticos, execução errada de exercícios, obesidade, osteoporose entre outros fatores agressivos.

Mas, isto também pode ser atribuído ao fato de nossa evolução ter virado involução. O ser humano regrediu e sofre diretamente a consequências dessas mudanças de postura, literalmente falando. Nosso corpo foi concebido para se movimentar e não ficar parado ao longo do dia no escritório, passando horas à frente ao computador e televisão, na maioria das vezes de uma forma completamente errada. O ativo Homo sapiens, que tradicionalmente precisava movimentar-se para sustentar e até mesmo justificar sua existência, transformou-se no Homo sentadus, espécie que faz do telefone, controle remoto ou computador seu principal instrumento de sobrevivência, inclusive para pedir comida.

Filosofias a parte. A dor nas costas existe e precisa ser conhecida para ser evitada e combatida. Existem dois tipos de estágios diferentes de dores nas costas: a aguda e a crônica. A dor denominada aguda é aquela que surge repentinamente e tem sua duração limitada, geralmente tem função alertar o indivíduo da existência de alguma lesão ou disfunção geral no organismo, podendo ser um sinal de lesão na pele, nos músculos, nas vísceras ou no sistema nervoso central. Quando ela ocorre são liberadas substâncias que ativam os nervos periféricos e centrais para conduzirem o estímulo até a medula espinhal, onde a sensação dolorosa é modulada, e de lá para o cérebro a fim de avisá-lo que, em determinado ponto, existe um problema, levando a pessoa a adotar comportamentos com o intuito de afastar ou eliminar a causa da dor.

Já a dor crônica pode ter duração mais prolongada, até três meses. Dentre suas causas mais comuns encontramos as lesões traumáticas (contusões musculares), cólicas intestinais, a dismenorréia (cólicas menstruais), algumas cefaléias e as dores pós-operatórias ou relacionadas a infecções bacterianas (abscessos e furúnculos, otites, faringites, etc.).

Embora estejamos falando de um sintoma e não de uma doença, é preciso procurar um tratamento correto na primeira incidência. Afinal, uma simples dor nas costas pode evoluir para uma hérnia de disco. O tratamento varia de acordo com a causa da dor e, normalmente, envolve vários profissionais como médicos, fisioterapeutas e psicólogos.


O que faz um Fisioterapeuta na Emergência?



Esse é um questionamento cada vez menos incomum dos outros profissionais quando um fisioterapeuta adentra a uma sala de emergência.

Isso porque, no decorrer dos últimos 10 anos a inserção do fisioterapeuta nas unidades de emergência e urgência vem crescendo, ainda que de maneira modesta, mas ganhando um espaço que tende a crescer cada vez mais.


O mais importante no atendimento de um paciente que chega à emergência é a anamnese; sendo cada profissional, sendo ele enfermeiro, médico e fisioterapeuta, treinado a buscar dentro da sua área de conhecimento, os principais fatores que podem através de uma acurada análise diminuir os impactos do fator que propiciou a vinda do paciente ao serviço de emergência através da avaliação rápida e tratamento adequado.

Um exemplo seria um paciente que dá entrada ao serviço de emergência com crise convulsiva, o médico irá avaliar o quadro e prescrever a medicação necessária, o enfermeiro orienta sua equipe a procurar e realizar um acesso venoso e administração das medicações e o fisioterapeuta pode posicionar o paciente para prevenir a broncoaspiração, avalia a saturação periférica, verifica a necessidade de oxigênioterapia, caso haja necessidade escolhe a melhor maneira de ofertá-lo. Lembrando que essa é a primeira avaliação e atendimento, em um próximo momento haverá uma reavaliação e uma nova estratégia de tratamento da causa de toda a equipe novamente.

O processo de reavaliação-tratamento é dinâmico, essa característica é o que diferencia e muito o atendimento no serviço de emergência. Desconhecimento da causa e trabalhar sem o auxilio de exames em um primeiro momento, faz com que o profissional fisioterapeuta se torne um excelente avaliador de sinais e sintomas. É bastante comum na área ouvirmos: “Parece que esse paciente vai parar” ou simplesmente olhar um paciente que entra pela porta a dentro e apenas de olhar podermos falar “Esse paciente está parado”.

O mais importante do atendimento do fisioterapeuta na sala de emergência é tentar amenizar o quadro crítico e intensificar o atendimento fisioterapêutico já na sala de choque. Por exemplo, um paciente em LPA não deve aguardar estar em um setor de terapia intensiva para iniciar uma ventilação mecânica com estratégia protetora, ou um paciente séptico que evolua para SDRA deve iniciar o recrutamento alveolar já na sala de choque.

Essa é uma realidade dos hospitais públicos do Brasil, a necessidade de leitos de UTI, por esse motivo, muitos pacientes “evoluem” em piora do quadro ainda no serviço de emergência. Além disso, nos serviços privados existe com grande freqüência a necessidade do fisioterapeuta, que se desloca de outro setor, para a realização do atendimento de emergência no Pronto-socorro. Enquanto isso ocorrer o paciente estará privado de um verdadeiro atendimento fisioterapeutico, pois o mesmo requer avaliação, estratégia de tratamento e o tratamento em si.

Temos muito a contribuir na sala de emergência e urgência, basta nós mesmos nos prepararmos para isso, através da busca do conhecimento das particularidades dessa apaixonante área e reconhecermos em nós mesmos a capacidade de agregar nosso trabalho ao dos outros profissionais.

Profa. Ms. Viviani Lara

Verdades e mitos sobre a coluna vertebral


1º Praticar natação ajuda a corrigir escoliose?
Mito. A natação, por ser uma atividade simétrica, não pode colaborar na correção da curva escoliótica. Este exercício, além de trabalhar o fortalecimento muscular, promove o alongamento de forma equilibrada utilizando os dois lados com a mesma intensidade. Ao contrário do tratamento, que muitas vezes visa corrigir a escoliose com distribuições diferentes em cada lado da coluna, para equilibrar a cadeia cinética posterior. Além disso, algumas modalidades da natação, como borboleta e nado peito, podem prejudicar a coluna, gerando sobrecarga excessiva sobre a região.

2º Cruzar as pernas pode prejudicar a coluna?
Verdade. Claro que o hábito de cruzar as pernas, para as mulheres, é uma posição confortável, além de elegante, porém, é preciso ficar atento para não abusar deste hábito e prejudicar a saúde. Ao cruzar as pernas, a coluna vertebral se desvia para a esquerda ou para a direita, devido o desequilíbrio da região pélvica. Outro problema que pode ser ocasionado por este costume, além de prejudicar o fluxo sanguíneo, é a escoliose (desvio da coluna vertebral no plano frontal).

3º Dormir no chão – ou num colchão duro – é bom para as costas?
Mito. A rigidez poderá agravar, ainda mais, a contratura muscular. Durante uma provável crise de dor nas costas, a pessoa deve repousar em seu próprio colchão, podendo deitar-se de lado, com um travesseiro entre as pernas.

4º Cirurgia é a única saída para acabar com a hérnia de disco?
Mito. Hérnias de disco representam uma causa comum de dor nas costas. Mas não é a única. Ao identificar uma hérnia de disco, o médico, ortopedista ou neurocirurgião, deve estar atento para outros problemas na coluna que podem acompanhar essa condição. Desta forma, pesa na decisão do médico a associação com outras alterações e como elas se traduzem clinicamente. Além disso, a decisão deve ser baseada mais no prejuízo que a doença traz para o paciente em termos de perda de horas de trabalho e lazer, limitações físicas para as atividades do dia-a-dia e perda na qualidade de vida e menos no resultado dos exames de imagem. Diversos tratamentos podem aliviar o problema, entretanto, é sempre recomendável procurar um especialista antes de tomar qualquer decisão.

5º Todos que sofrem de dor nas costas devem realizar uma ressonância magnética?
Mito. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 80% das pessoas sofrem ou sofrerão de dor nas costas pelo menos uma vez na vida. Entretanto, o primeiro passo para combater este mal é procurar um especialista e descobrir as causas para solucionar de vez este problema.

6º Estalar o pescoço com o movimento da cabeça faz mal à coluna?
Verdade. Apesar de esse hábito propiciar alívio para alguns nunca se deve fazer isso. Estalar a coluna e o pescoço prejudica – e muito – suas articulações, além de causar, em alguns casos, dores de cabeça, zumbidos e vertigens.

7º Fumantes têm mais dores nas costas do que não fumantes?
Verdade. O cigarro, não faz bem a nenhuma parte do corpo humano, e em relação às costas, não poderia ser diferente. Os fumantes inalam mais substâncias tóxicas, sendo assim, prejudicam a circulação sanguínea no disco intervertebral, que pode causar mais dores na região.