segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A saúde dos professores na rede pública

Os males do dia-a-dia do professor requerem mais do que remédios

O trabalho deve ser fonte de realização e prazer, mas pode causar sofrimento e enfermidades. Pesquisa da revista NOVA ESCOLA e do Ibope feita em 2007 com 500 professores de redes públicas das capitais revelou que mais da metade dos entrevistados sofre de estresse. Entre as queixas freqüentes estão dores musculares, citadas por 40% deles. Preocupa também o fato de 40% terem declarado sofrer regularmente de alguma doença ou mal-estar. Esse “mal-estar docente, tão comum, ganhou até definição do pesquisador espanhol José Manuel Esteve: Algo que sabemos que não vai bem, mas não somos capazes de definir o que não funciona e por quê”.

Nos casos mais sérios, os sintomas acabam afastando os profissionais da sala de aula. No estado de São Paulo – a maior rede do país, com 250 mil professores, são registradas 30 mil faltas por dia. Só em 2006 foram quase 140 mil licenças médicas, com duração média de 33 dias. O custo anual para o governo estadual chega a 235 milhões de reais.

Na atualidade, segundo Sandra Maria Gasparini; Sandhi Maria Barreto; Ada Ávila Assunção, o papel do professor extrapolou a mediação do processo de conhecimento do aluno, o que era comumente esperado. Ampliou-se a missão do profissional para além da sala de aula, a fim de garantir uma articulação entre a escola e a comunidade. O professor, além de ensinar, deve participar da gestão e do planejamento escolares, o que significa uma dedicação mais ampla, a qual se estende às famílias e à comunidade.

A falta de estímulo, as subcondições das escolas públicas, a sobrecarga da jornada de trabalho, salas de aula lotadas com mais de 40 alunos; a falta de outros professores, que faz com que muitos assumam várias turmas simultaneamente; a falta de apoio do sistema governamental, entre outras tantas coisas faz do professor um doente crônico. Não é incomum professores com transtornos psíquicos e muito menos com doenças ocupacionais, como tendinites, bursites, síndrome do túnel do carpo, epicondilites, alterações na coluna, problemas osteomusculares e alterações posturais, sem contar a dor, companheira fiel do professor.


Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o conceito de saúde implica o bem estar físico, psíquico e social. Sabendo disso fica fácil afirmar que esta se encontra comprometida no que diz respeito ao docente, principalmente o da rede pública. A integridade física deste profissional esta em risco.


O mais curioso, é que por exemplo, no Rio Grande do Sul, o plano de saúde oferecido aos professores da rede estadual não dimpõem de psicológos, fonoaudiálogos e nem de fisioterapeutas, ou seja profissionais de extrema importância para melhorar a condição de saúde dos nossos professores.


Em realção à fisioterapia, várias empresas precisam ter em seu quadro de funcionários um fisioterapeuta, para proporcionar um momento de ergonomia ou cinesioterapia laboral para seus funcionários, sabemos que isso minimiza complicações de saúde para os mesmos, bem como problemas de cunho osteomuscular, também melhora o bem estar emocional do grupo no trabalho fazendo com que estes rendam mais. Mas isso não se vê na rede estadual de ensino aqui no RS. Bastariam poucos minutos diários para termos um pouco mais de qualidade de vida para os nossos professores. O fisioterapeuta poderia inclusive dar boas dicas sobre como ministrar posturalmente uma aula, como escrever no quadro, que recursos podem ser usados para evitar dores severas ao final da jornada de trabalho e até mesmo orientar alguns alongamentos que previniriam doenças ocupacionais.

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